São Paulo: o início da cidade, as contradições da urbanização mal planejada

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Signo da Cidade é um alento as almas otimistas.... e um refresco aos céticos


O Signo da cidade tem um bom enredo. tem fracas atuações, mas tem diálogo tão lindos e profundos. Na verdade, está tudo lá... a cidade como ela é... com seus reais personagens de todos os naipes. Os encardidos, os fétidos, os drogados, os perdidos, os sensíveis...os sorrateiros, os marginais. A crueldade não é capaz de matar todos.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Contradições tupiniquins

Parece que a pauta da legislação trabalhista não vai sair tão cedo do noticiário.
Hoje, 6 de janeiro, o O Estado de São Paulo traz um artigo de Gilles Lapouge sobre a legislação trabalhista na China. Um argumento que tem por base 'justificar' o crescimento chinês em função do alto nível de exploração dos trabalhadores, que não possuem nada para se defender, uma vez que, segundo ele, não há uma legislação trabalhista e o pouco que existe não é seguido. Perfeito. No entanto, o que o francês reivindica é o mesmo que Sarkozy quer destruir em seu país. E o jornal O Estado de São Paulo não traz também à toa o artigo. Parece que a burguesia brasileira não se decide sobre a flexibilização dos direitos trabalhistas, lá é um conduta tirânica; aqui é a discussão do custo-Brasil. Enquanto isso o salário-mínimo compra menos café.

Passeando por São Paulo...a imagem da construção industrial





Memorial do Imigrante... um prazer barato e revelador


As políticas públicas de recepção do imigrante, desde o final do século XIX até meados do século XX, parecem tiradas de um conto de fadas se comporadas ao que ocorre hoje a qualquer trabalhador, seja ele natural de São Paulo, migrante ou imigrante. Mas não se deve confundir benevolência com o projeto dos governos pós-república. Era necessária mão-de-obra abundante, para ser barata, e cheia de esperança, para ser burlada, e levada do sonho de terras novas às fazendas de café e depois às grandes indústrias. O que vemos com olhos mágicos pode ser mesmo o último resquício da escravidão que aqui se operou no interior do modo de produção capitalista. Explico-me: a idéia de manter sadia a mercadoria mão-de-obra para que ela rendesse mais, produzisse mais. Depois, com o assalariamento esta preocupação será exclusiva do próprio trabalhador, agora tornado livre. Isso me faz lembrar de uma frase utilizado por uma amiga tirada do livro de Fiodor Dostoiévski, Os irmãos Karamázov: "Não repetiste com freqüência: 'quero torná-los livres'... mas saibas que nunca os homens se acreditaram tão livres como agora e, no entanto, eles depositaram sua liberdade humildemente aos nossos pés...".